Conforme apontou o relatório do Global Open Finance Index, produzido pelo OBE (Open Banking Excellence) em parceria com a Universidade de Oxford, o Brasil tem potencial para se tornar, em um futuro próximo, líder mundial quando o assunto for sistema financeiro aberto, ou open finance, superando até mesmo o Reino Unido, pioneiro nesse mercado.
Caracterizado por um modelo que tem como objetivo tornar o mercado financeiro mais aberto e acessível, a partir do compartilhamento de informações financeiras autorizadas entre instituições, o open finance traz inúmeros benefícios e abre possibilidades para além do uso em bancos, seguradoras e instituições financeiras, pois fornece inteligência para todo um ecossistema.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o Brasil conta com 15 milhões de clientes únicos adeptos ao modelo, gerando aproximadamente 11 bilhões de interações bem-sucedidas entre as instituições do sistema. Números expressivos, mas ainda tímidos em comparação com o potencial total.
No entanto, antes de “pular de cabeça” no open finance, as organizações precisam analisar diversos aspectos, como investimentos em infraestrutura, ferramentas e equipes de cientistas de dados e analytics. Além disso, há desafios inerentes à sua adesão: entre eles, a implementação da tecnologia pelas empresas e a necessidade de convencer as pessoas a darem o opt-in, fornecendo seus dados. Ainda segundo pesquisa da Febraban, nenhum banco possui mais de 20% de seus clientes no open finance, o que demonstra a relutância das pessoas em compartilhar suas informações financeiras. Essa barreira deve diminuir com o tempo à medida que o tema se popularizar.
Setores como gestão de patrimônio, empréstimos, seguros e pagamentos serão fortemente impactados pelo open finance. Se, por um lado, as incumbentes conseguem, entre outras coisas, conhecer ainda melhor seus clientes, as fintechs podem acertar mais na hora de oferecer algum produto ou serviço. Vale para o setor financeiro, mas também para muitas outras indústrias. O fio condutor desse processo é o uso eficiente dos dados para gerar inteligência.Fonte: Época Negócios